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Polícia Civil faz operação contra fraude e investiga agentes públicos

O esquema envolve 55 empresas fantasmas que faziam empréstimos fraudulentos no Banco do Brasil. A instituição financeira era vítima da ação


 postado em 30/04/2015 07:02 / atualizado em 30/04/2015
Polícia Civil/Divulgação


A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (30/4), a Operação Trick – que investiga o suposto envolvimento de agentes públicos em um esquema que envolve empréstimos fraudulentos. Policiais da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) cumprem desde às 6h 32 mandados de conduções coercitivas e 38 de busca e apreensão inclusive nas residências dos envolvidos. A ação ocorreu em Águas Claras, Sobradinho, Taguatinga, Riacho Fundo, Samambaia, Asa Norte, dentre outras regiões do DF. A PCDF também contou com apoio da Polícia Civil de Goiás, uma vez que houve cumprimentos de mandados na região do Entorno do DF. 

O esquema envolve 55 empresas fantasmas criadas para fazer empréstimos fraudulentos na instituição pública financeira. O banco se tornou vítima da ação. Assim que o dinheiro caia em conta os envolvidos simulavam compras inexistentes em mercados reais. A investigação mostra a participação de 19 empreendimentos existentes que emitiam notas fria. “O dinheiro caía na conta e os envolvidos simulavam compras falsas em supermercados para emissão de notas frias”, explicou o delegado-chefe da Corf, Jefferson Lisboa.



Marcelo Ferreira/CB/DA Press


Entre os conduzidos ao Departamento de Polícia Especializada (DPE) para prestar depoimento está o ex-diretor geral do Transporte Urbano do DF (DFTrans), Marco Antônio Campanella. A casa da deputada distrital Telma Rufino (PPL) foi um dos alvos da ação busca e apreensão. Por ser parlamentar e gozar de prerrogativa, Telma não foi conduzida coercitivamente. Ela terá 30 dias para marcar o local e a data para ser ouvida pela polícia e o prazo poderá ser renovado por igual período.

A polícia solicitou a quebra do sigilo bancário de todos os investigados, que foram indiciados por organização criminosa, com exceção da deputada Telma Rufino, que tem prerrogativa por ser parlamentar. 

De acordo com informações do delegado, os principais cabeças do esquema fraudulento eram Sérgio Eneas Silva, gerente do Banco do Brasil de Taguatinga e dono do estabelecimento All Dublin, em Águas Claras, facilitava o financiamento da fraude por empresas fantasmas; Rogério Gomes Amador, empresário e mentor da criação de empresas fantasmas; e Edigard da Silva Eneas, também mentor na criação de empresas falsas.

"Estamos verificando o que se trata essas denúncias. Disseram ter relação com o DFTrans, mas a deputada não tem relação com o órgão. Vamos trabalhar de forma colaborativa para auxiliar a polícia", explicou o advogado da distrital, Ivai Abimael Martins. A defesa ainda informou que vai procurar diretamente o desembargador que emitiu as ordens. Agentes da Polícia Civil chegaram ao local, que fica em Arniqueiras, por volta das 6h e saíram por volta de 8h40 carregando malotes.

Segundo o delegado Lisboa, Marco Antônio Campanella e a deputada Telma Rufino podem ter sido beneficiados de alguma forma, mas em sua declaração, não soube especificar o envolvimento dos dois.

Gustavo Moreno/CB/DA Press


Marco Campanella se disse surpreendido com esses fatos e prometeu colaborar com as investigações. “Meu sigilo fiscal, bancário e minha declaração da campanha eleitoral estão absolutamente à disposição para comprovar o meu total desconhecimento sobre esse esquema”, declarou.

Em nota, a assessoria da deputada informou que a parlamentar desconhece o teor do inquérito e que se manifestará sobre a operação assim que tiver acesso ao teor da investigação. 

Essa é a primeira fase da operação e, por enquanto, não envolve prisão. A Polícia Civil investiga a ação fraudulenta há 1 ano e 7 meses. Novas fases devem ser desencadeadas após os depoimentos e coleta de dados.

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