Quase 74 mil eleitores do DF irão votar pela primeira vez na vida este anoEsses jovens de primeira viagem podem chegar a decidir alguns cargos
Atualização: 03/05/2014 21:31
Lorena e Ludmilla vão basear os votos em muita pesquisa e estão ansiosas para encararem a urna eletrônica pela primeira vez |
A geração que vai pela primeira vez às urnas neste ano, na maioria das vezes, protagonizou os últimos protestos no Brasil e na capital da República. Muitos sentiram o gostinho da política no sentido básico da palavra e de integrar um processo democrático de mudança em um país a partir das manifestações. Jovens como o estudante Rodrigo Andres Fischer, de 17 anos. Ao ver milhões de pessoas nas ruas, com faixas e cartazes, e ouvir gritos de ordem clamando por mudanças, ele se sentiu obrigado a entender o que era a necessidade daqueles manifestantes. “Os protestos me fizeram pensar e entender o que estava acontecendo. Antes de me manifestar, eu tinha que entender”, explica o estudante.
Rodrigo vai votar pela primeira vez. Como ele, jovens entre 16 e 18 anos de idade se preparam para enfrentar o desafio de escolher os futuros governantes da cidade e do país. Meninos e meninas ouvidos pelo Correio buscam a melhor forma de resolver a questão. Somente no Distrito Federal (DF), segundo números do Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF), serão 73.898 mil eleitores na faixa etária. Ansiedade e esperança em uma nova realidade política para Brasília são alguns dos sentimentos que permeiam a cabeça dos eleitores novatos.
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No embalo das manifestações, o brasiliense Rodrigo pesquisou sobre os candidatos, mas ainda não se decidiu sobre os nomes que serão validados nas urnas. “Eu ainda tenho muitas incertezas. Será que meu voto vai fazer a diferença ou vai prejudicar?”, questiona-se. As dúvidas espalham-se para outros adolescentes. Há quatro anos, elas eram tantas que a estudante Lorenna Resende, 19, optou por só votar agora. Nas últimas eleições, mesmo com idade para escolher, ela preferiu não participar do processo eleitoral. “Eu não me sentia à vontade. Pelos discursos que ouvia, achava totalmente desnecessário, mas de lá pra cá, aconteceram algumas coisas: eu me envolvi mais com política, pesquisei” conta a jovem. Assim como Rodrigo, Lorenna está ansiosa para ver o resultado e as consequências dos votos. “Nós temos a oportunidade de mudar o que não está bom”, defende.
Fazer a diferença para o bem na sociedade com um único voto é incerto, mas está entre um dos maiores desejos dos jovens, segundo as pessoas ouvidas pela reportagem. Todos querem contribuir para uma mudança positiva nas áreas prioritárias para a população, como a saúde, a segurança e a educação. “O Brasil precisa melhorar em muita coisa, como infraestrutura. Eu viajo e percebo a diferença daqui para outros países. Acho que podemos conseguir mudar com o voto. Quanto mais pessoas com o objetivo de mudar as coisas, de desenvolver o Brasil, o resultado será melhor”, avalia Giulio Henrique de Andrade Pasini, de 16 anos. O adolescente não tem a obrigação de votar, mas não abre mão de participar. “Nós precisamos crescer”, justificou.
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